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Scorcese e Kazan |
"Para o diretor Martin Scorcese, crescer no bairro de Little Italy, em Nova York, assistindo a Sindicato de Ladrões(1954) e Vidas amargas(1955) quando jovem foi uma experiência que mudou sua vida. Martin Scorcese apresenta ap espectador a vida de Elia Kazan(1909-2003) através de sua própria vida, e por sua percepção de que havia um artista atrás das câmeras, alguém "que me conhecia, talvez mais do que a mim mesmo". O cineasta fala sobre estar exposto aos filmes certos na hora certa em sua vida adolescente, quando se está aberto e pronto para trocar informações; ser estimulado pelo trabalho na tela e então, talvez, traçar planos para fazer seus próprios filmes." (Resenha retirada do catalago da Mostra Internacional de cinema de São Paulo)
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Elia Kazan |
Uma carta para Elia(2010), roteiro e direção por Martin Scorcese e Kent Jones, definitivamente não é um filme dito "de circuito", nem acredito que a intenção de Scorcese fosse essa. O filme é um agradecimento de Scorcese a Kazan por todos os filmes fantásticos e de uma sensibilidade inigualáveis por ele feitos.
Scorcese nunca tentou explicar para Kazan, quando este estava vivo, o quão importante seus filmes haviam sido em sua adolescência pois sabia que Kazan nunca poderia entender a importância de seus filmes para ele.
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1999 - Lifetime achievement Oscar |
Os filmes de Kazan foram tão importantes para Scorce principalmente pois ele era capaz de se reconhecer nos filmes, além de reconhecer pessoas comuns do seu bairro. As pessoas, o modo de falar, de vestir, de agir, as situações, tudo nos filmes de Kazan o remetiam a vida real. Isso o intrigava demasiadamente, no filme ele conta que chegou a perseguir o filme Vidas Amargas, o filme saia de um cinema para outro e lá estava ele atrás do filme.
O filme é também uma declaração de amor à grande arte chamada cinema. É emocionante ver um grande diretor como o Scorcese falando de forma tão humilde e tão aberta. Você sai do filme quase acreditando ser um amigo intimo de ambos.
Tão talentoso como artista e tão medíocre e amoral como cidadão, delator covarde e mercenário, eis Elia Kazan, ex militante comunista que entregou seus ex companheiros a um comitê que perseguia artista simpatizantes do marxismo e ainda tentou se justificar em filmes como Sindicato de Ladrões (excelente por sinal) criando personagens delatores em prol de um bem maior.
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