Bom, em primeiro lugar deixe que eu me apresente:
- Oi, eu sou a Lídia. Sou jornalista, moro (ainda) em Marília e sou apaixonada por arte e cultura. Trabalhei um tempo no jornal na área de cultura e agora trabalho num projeto de cultura do estado, as Oficinas Culturais, no caso, Oficina Cultural Tarsila do Amaral.
Apresentações feitas. E agora o porquê de eu ter quase que "invadido" esse espaço.
A Nathália, que com todo o respeito é a coordenadora do espaço, me convidou um dia desses para escrever aqui e eu já lhes respondo o questionamento que pode estar na cabeça de vocês:
- Como você conheceu a Nathália?
Aqui que a coisa começa a ficar interessante. Em meados de 2008 eu tinha acabado de terminar o meu mestrado. Estava um tanto sem rumo ainda na vida. Dava aulas na faculdade e só. E estava extremamente sem dinheiro. Mas pior do que estar sem dinheiro, é estar sem ânimo.
E então eu me voltei para mim e olhei bem a minha volta: quem era e o que era a cidade de Marília? E como eu sempre gostei de arte e de cultura, percebi que tinha a possibilidade de explorar na minha cidade um espaço chamado "Clube de Cinema de Marília".
Fundado em 1952, é o Clube de Cinema mais antigo do país e ainda está em funcionamento. Mas o acervo estava jogado às traças, num lugarzinho pequeno e escuro do fim do corredor da parte de cima da Biblioteca Municipal da cidade.
E foi lá que conheci a Nathália.
Para mexer naquela história de anos, eu precisava de gente extremamente interessada e com vontade de mexer em ácaros, bactérias e etc. Claro, de luva e máscara.
E a Nati chegou como quem não quer nada. E foi chegando e foi chegando até que se tornou o meu braço direito lá.
É nós vimos mta coisa juntas, muita história, pôsteres, fotos de Leila Diniz a Oscarito, passando pelo amor incondicional das cartas que Ancelmo Duarte escrevia para o Clube. E nos apaixonamos pela ideia de tentar mudar aquela "cena" que nos era apresentada.
pois bem, ficamos lá uns sete meses no mínimo. Fizemos o que tinha que ser feito e com mto amor.
Me lembro bem da carinha da Ná deitada no chão segurando um pôster antigo pra ver se desamassava:
- Está legal Li? Já podemos colar?
E eu via naquela menina um potencial imenso de alguém que acima de tudo ama o que faz.
Não conseguimos ir além no nosso projeto. Forças ocultas? rs
Talvez, mas a má vontade de algumas pessoas embargou a ideia, mas não nos tirou os sonhos e as vontades que conhecemos lá. E não nos tirou a ideia de que o cinema é uma ferramenta preciosa e rica e que deve ser sim estudado, conservado e bem visto.
A Nathália foi embora, morou no Rio, depois voltou para Marília, me apresentou filmes belíssimos e uma vontade imensa de aprender e depois voltou para Sampa.
Me ligou esses dias desesperada sem saber o que fazer da vida, mas ainda apaixonada por cinema. E eu disse para ela:
- Apenas viva, Ná. Viva intensamente. Aproveite esse privilégio de estar em Sampa. Mergulhe na Mostra de Cinema. E não se esqueça de agradecer a vida que tem e as dúvidas que surgirem. Elas que te levarão para frente.
E um pouco depois ela me convidou para escrever aqui. Junto com ela.
De verdade, para mim um privilégio. Porque sinto que a Nathália vai longe, rapaziada. Vai longe. Com toda a força de vontade que tem.
E eu me senti sentada numa cadeira sozinha olhando para o nada e pensado:
- Caralho, o que vou escrever nesse blog? Tem tanta coisa na minha cabeça!
Eu amo cinema. Amo. Junto com as Histórias em Quadrinhos é minha arte preferida. E sei o tanto que ainda tenho que aprender.
Mas sei também que arte e cultura não se medem pelo que a gente sabe, mas sim pelo que a gente vive e se permite viver.
Estou entrando no blogue, gente. Com a licença de vocês.
Sentem-se e sintam-se à vontade.
Espero poder contribuir em algo por aqui. Mas espero também aprender cada vez mais.
Li, como sempre você me fez chorar! Seja bem vinda! Lembrar do clube é sempre divertido! E triste! Obrigada por tudo o que você me ensinou lá, obrigada por toda a força que você me dá e obrigada por ter aceitado fazer parte desse blog! Eu sei que a idéia por trás dele é assustadora! Sei, por que ela também me assusta! Falar de cultura é muito dificil, mas é necessário! Compartilhar cultura, pontos de vista. Debater idéias! Enfim: SEJA BEM VINDA! E FORÇA NA PERUCA! HAHAHA
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