terça-feira, 16 de novembro de 2010

Lugares, Estranhos e Quietos - Win Wenders


Win Wenders
A 34ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo pode até ter terminado, mas nos deixou duas exposições: "Lugares, Estranhos e Quietos" do Win Wenders e "Kurosawa - Criando Imagens para Cinema", sobre a qual escreverei outro dia.



Lugares Estranhos e Quietos- Win Wenders
 A exposição "Lugares, Estranhos e Quietos", conta com 23 fotografias inéditas do cineasta alemão, tiradas nos mais diversos países - editadas em um livro inédito publicado pela Imprensa Oficial. A exposição permanece no MASP até o dia 09 de janeiro de 2011.

As fotos da exposição são enormes, algumas com mais de quatro metros de largura, os lugares são fantásticos, o texto de Wenders na entrada da exposição é encantador.

Transcreverei aqui um texto de Renata de Almeida e Leon Cakoff sobre a exposição:

" REALISMO POÉTICO

Win Wenders comtempla-nos mais uma vez com seu olhar sensível, abrangente e pleno de realismo poético . É o olhar de cineasta, certamente, que prisma as paisagens reais, sem retoques, que nos brinda com essa exposição inédita.

A janela de uma casa em Salvador(2008)
Há complacência neste olhar que se distância do humano, mas que nem por isso o exclui das suas composições. O humano desaparece com a desenvoltura de coadjuvantes representados abstratamente. E quando vemos, é em estado contemplativo, complemento de cenários imperativos.

Win Wenders viaja o mundo, como ele nos revela, virando-se para o lado esquerdo quando os outros querem olhar para o outro lado, onde coisas mais interessantes parecem existir. Este é o cineasta quemarcou gerações com filmes instigantes sobre dimensões e espaçoes existenciais, com personagens absorvidos por paisagens inóspitas ou desconjuntadas. Ao contrário de um filme acabado, o cineasta nos convida agora a interagir em seus cenários com um novo olhar, uma outra impressão melancólica.

Foto de Wenders utilizada em um dos cartazes
da 34ª edição da Mostra de São Paulo
Uma nostalgia intrigante. Rastros vagos de humanidade. Paisagens sem autoria. Resgates Memoráveis.

Lugares, estranhos e quietos. Lugares que o olhar estrangeiro recupera paisagens de espanto ou os livra do abandono.

O estranhamento quebra a quietude destes lugares. Ou será a quietude, nas margens imortalizadas por estes preciosos instantâneos, que nos livra do estranhamento de tantos lugares?


O sistema de ventilação mal cuidado no topo
 de arranha-céu em São Paulo
 A produtora de Wenders se chama Nova Road Movie. E ele viaja sempre em busca de inusitadas e impressivas locações. "Meus filmes são sobre pessoas", ele diz. "Eu sempre começo com lugares que dão emoção e ação ao contexto. Com minhas fotografias eu posso finalmente fazer justiça a esses lugares".

Aos 12 anos Wenders já queria ser pintor e manifestava obcessão por viagens. Pedalou 100 quilômetros até Amsterdã para ver Rembrandt, Vermeer e Van Gogh nos museus. "Quando somos jovens temos uma capacidade maior de aprender sobre sombras, luz e enquadramento." E de todas Capar David Friedrich(1774 - 1840), com suas paisagens tragicamente românticas, era o seu favorito. "Se eu tivesse nascido 150 anos atrás teria sido um viajante que registraria suas impressões em aquarelas". Inspirado em Friedrich, Wenders gosta de dizer que é um "romântico sem esperança". Inspirado em Edward Hopper, Wenders conclama, com assombro, solidariedade à desolação."

Enfim, vale à pena conferir a exposição!


Roda Gigante abandonada na Armênia


2 comentários:

  1. Nathália!você está viva!rs(aqui é a Lídia,do Yoga,do Interação..lembra?)parabéns pelo blog e pela ousadia!(lí seu perfil e a postagem da Lídia)
    E,voltando a postagem,até quando vai a exposição?
    Saudades!

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  2. Claro que lembro de você! Está fazendo o que da vida? Diz que se livrou da vida de cursinho e que esta feliz e contente na faculdade! Fico feliz que tenha gostado do blog.. Sobre a exposição, vai até o dia 9 de janeiro.

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